sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Um texto denso, mas para reflexão: Trabalho 2.0 - As novas algemas do século XXI

Como o assunto é pertinente ao que diz respeito aos nossos amados gadgets, resolvi postar aqui um texto que fiz para o meu amado outro blog, o 1inversodigital. Ele fala sobre as nossas novas algemas virtuais, que nos prendem aos nossos trabalhos quase, ou inevitavelmente, sem querer. É um assunto denso, mas que vale a reflexão.

Então pega uns minutos, se acomoda na cadeira e deixa os teus olhos te guiarem na leitura. Só vamos combinar de deixar um comentário ali embaixo, pode ser? Aliás, qual a tua opinião sobre o assunto? =/


Trabalho 2.0 - As novas algemas do século XXI


Escritório, firma, trabalho, repartição, office...guarde bem estas palavras, pois elas estão com os dias contados. O assunto já vinha me visitando onde quer que eu ia, fosse numa palestra sobre #midiassociais, fosse numa reunião de trabalho. Sempre aparecia, de uma forma ou de outra algum exemplo do que acabei de dizer lá em cima. E alguns de vocês certamente devem estar achando que eu realmente enlouqueci, mas a realidade está de fato mudando e tenho argumentos que reforçam esta ideia.

A tecnologia que impulsiona!


Só para começar, vamos falar de como está nossa vida em meio a toda esta tecnologia. Hoje, temos a possibilidade de ter acesso à Internet em todos os lugares. Ela pode ser uma merda, de vez em quando, mas a conexão está espalhada por aí e tende a aumentar com a chegada da Copa em nosso País. De outro lado, temos nosso gadgets (iPhones, iPads, BlackBerrys, Androids...) que possibilitam levar praticamente nossa vida e, consequentemente, nosso trabalho para a nossa caminhada matinal, para nossa mesa do almoço e até mesmo, para os mais viciados, para a balada. E não estou exagerando, eu mesmo, confesso, já trabalhei enquanto tomava umas e outras. Mas não vou falar da tecnologia em si, caso do excelente artigo da twiteira @LeideFranco aqui, e sim de como essas parafernálias digitais estão fazendo com que se dissolva a necessidade de trabalhar em um ambiente fixo, com aquela famosa placa na porta. Hoje nossa sala de recepção é o smartphone, nossa secretária somos nós mesmos e o escritório é o pacote Office ou Openoffice que esta incluido em nossos aparelhos...

As conseqüências deste novo panorama...


Vide o que a Wikipedia diz:

"Enfim, o conceito de trabalho é um conceito histórico, é ao longo da história que vão se colocando novas determinações para este conceito. Assim, a forma como os homens se organizam para produzir difere de época para época e tanto o modo geral como eles se articulam como os conteúdos específicos dos diferentes trabalhos irão mudar e exigir novas nomeações."

E é exatamente este o ponto. A tecnologia trouxe um novo cenário para a coisa toda. Hoje precisamos mesmo de um novo conceito, assim como a organização e a produção de nosso trabalho esta mudando. Não precisamos mais sentar em uma mesa que seja nossa, tampouco ser presencial a cada momento do dia. Estamos nos libertando de uma amarra histórica, das correntes que nos faziam, sutilmente, escravos dependentes de um espaço que fosse preenchido com a nossa pessoa. Porém, vamos refletir...

A falsa sensação do nó desatado...


Se as amarras estão mesmo se dissolvendo, como parece, por que estamos cada dia que passa trabalhando mais? Ops...Pegaremos o meu exemplo, que tenho certeza se aproxima, se não for igual, ao cenário de vários outros jornalistas. Trabalhei no ano passado com um BlackBerry em mãos. Era meu primeiro smartphone e estava super empolgado com ele e a atividade que iria desenvolver. No começo tudo era festa. A luzinha vermelha das notificações alertando novos email e mensagens, o telefonema no meio de um jantar em família, ou então aquele pedido no final de semana. Tudo sempre atendido com um sorriso no rosto. Afinal, tudo era novidade e eu AMO ter responsabilidade.

Pois bem, estava vivendo um sonho, não tinha horários, não tinha que marcar presença em um determinado lugar...Ops (mais uma vez)! Estava completamente enganado. De uma hora para outra eu estava sem tempo para nada, atendendo pedidos nas horas mais absurdas e sempre conectado com o meu trabalho. Ou seja, chegou uma hora que meu estresse estava nas alturas e o cansaço ultrapassava a mesosfera...

Foi aí que notei que desatamos os nós das amarras, mas ganhamos algemas. Esta é a realidade que vamos enfrentar daqui em diante. Muitos de nós, sem perceber, já estamos sendo coagidos a agir assim sem nem mesmo notar. É só ler o fabuloso texto da Jandira Feijó "Quem quer seguir o chefe" para ver que já estamos sofrendo as consequências. Agora reflita meu amigo, será você um destes desavisados? E como mudar este paradigma e quebrar estas algemas? Ainda não sei como, mas o primeiro passo é afirmar para si, sem medo, que o caminho é VOCÊ mesmo quem escolhe, seja ele qual for...

PS.: Mas os ventos não mudaram somente neste aspecto. O trabalho 2.0 também está gerando outras particularidades, como o #Coworking, que nada mais é do que a união de empreendedores em busca de inspiração para seus trabalhos individuais, e a cocriação, que é a derrubada das hierarquias, ou seja, um individualismo criativo, citando meu amigo @rastalex, que consiste em compartilhar uma uma puta ideia, para criar possibilidades dela se tornar uma ideia puta (que serve para mais de um produto ou direcionamento), como disse o pessoal da Perestroika uma vez. Mas estes são dois aspectos que demandam mais aprofundamento, portanto, para outro post!

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